Com Joel Krüger, Paraná comanda o Confea pela segunda vez em 85 anos

Joel Krüger é o 16º presidente do Confea

A recente posse do engenheiro civil Joel Krüger na presidência do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) colocou o segundo paranaense em quase 85 anos no comando da entidade máxima dos dois segmentos profissionais do país.

Eleito em dezembro de 2017, derrotando quatro adversários – Murilo Celso de Campos Pinheiro, de São Paulo; Jobson Andrade e José Ribeiro, de Minas Gerais; e Ubiratan Barros, de Brasília – Krüger assumiu em 15/1/2018, após breve batalha jurídica, já que um dos concorrentes contestou sua vitória.

Cinquenta e um anos atrás, o paranaense que presidiu o Confea foi Alberto Franco Ferreira da Costa, curitibano e engenheiro civil como Krüger e que também foi deputado federal nas décadas de 1960 e 1970.

A galeria de presidentes do Conselho Federal abre com Pedro Demóstenes Rache (1934-1935); seu sucessor, o engenheiro e arquiteto Adolpho Morales de los Rios Filho, espanhol naturalizado brasileiro, exerceu o cargo por 24 anos, de 1936 a 1960, seguido de José Hermógenes Tolentino de Carvalho, que faleceu no último ano do mandato, concluído pelo vice, Alberto Costa.

O Confea, fundado em 11 de dezembro de 1933, pelo Decreto 23.569 do presidente da República, Getúlio Dorneles Vargas, comanda um sistema composto pelos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia de todo o país. Até 2011, congregava também os arquitetos, hoje reunidos no Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU).

Atualmente, o Sistema Confea/Creas é regido pela Lei 5.194/66, que baliza a regulamentação profissional do setor, e abrange, além dos diversos ramos da engenharia e da agronomia, os geógrafos, geólogos, meteorologistas, tecnólogos dessas modalidades, técnicos industriais e agrícolas e suas especializações, num total de centenas de títulos profissionais.

No Paraná, o Crea, que Joel Krüger presidiu em duas gestões, entre 2012 e 2017, foi fundado em 11 de junho de 1934 por um grupo de engenheiros ligados ao Instituto de Engenharia do Paraná (IEP); seu primeiro presidente foi Flávio Suplicy de Lacerda, mais tarde reitor da Universidade Federal do Paraná e ministro da Educação.

JOEL KRÜGER

Décimo sexto presidente do Confea, Joel Krüger nasceu em Curitiba em 5/5/1961. Formou-se engenheiro civil pela UFPR, turma de 1985, após ter obtido o diploma de Técnico em Edificações pela Escola Técnica Federal do Paraná.

É especialista em Gestão Técnica do Meio Urbano pelo convênio Université de Technologie de Compiegne (França) e Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), pela qual também é Especialista em Didática no Ensino Superior e Mestre em Educação, além de professor licenciado do Curso de Engenharia Civil.

Foi presidente da Associação dos Professores da PUCPR, de 1998 a 2000, de 2000 a 2002 e de 2006 a 2008. Consultor na área de transportes foi secretário municipal de Trânsito da Prefeitura de Curitiba em 2013.

No Sistema Confea/Creas, presidiu a Comissão de Acessibilidade do Crea-PR, de 2008 a 2010; foi coordenador do Congresso Estadual de Profissionais, em 2010; conselheiro do Crea-PR nos períodos 1999-2001 (suplente), 2005-2007 (titular) e 2008-2010 (titular); diretor-tesoureiro do Crea-PR, de 2006 a 2010 e presidente do Conselho Regional, em mandatos consecutivos desde 2012.

É associado ao Instituto de Engenharia do Paraná, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná, Associação Brasileira dos Engenheiros Civis – Seção Paraná, Mútua – Caixa de Assistência dos Profissionais do Crea-PR e da Associação Brasileira de Ensino de Engenharia.

ALBERTO FRANCO FERREIRA DA COSTA

Alberto Costa, primeiro paranaense a presidir o Conselho Federal

O engenheiro civil Alberto Franco Ferreira da Costa foi o quarto nome na ordem cronológica dos dirigentes do Confea, que presidiu entre 1966 e 1969, primeiro na condição de vice-presidente na vacância do cargo de presidente, pelo falecimento de José Hermógenes Tolentino de Carvalho, e depois como integrante de lista tríplice eleita pelos conselheiros federais e nomeado por decreto do presidente da República. Hoje, a eleição é direta, com o voto de todos os profissionais registrados no Sistema.

Alberto Franco Ferreira da Costa nasceu em Curitiba, em 19/12/1917, filho de Lysimaco Ferreira da Costa e de Ester Franco da Costa. Antes de se formar engenheiro civil, em 1944, pela Escola de Engenharia da Universidade do Paraná, diplomou-se cirurgião dentista, em 1937, exercendo esta profissão por quatro anos.

Ao tempo em que prestou serviço militar, administrou a construção de edifícios do quartel do 15º Batalhão de Caçadores, em Curitiba, e do Regimento de Cavalaria Independente, em Palmas (PR). Deixou o Exército como capitão, em 1946, ano em que fundou com seu irmão, também engenheiro, a empresa Lysimaco da Costa & Irmão (mais tarde, Lysimaco S/A Engenharia), onde foi diretor técnico e comercial e depois presidente.

Como engenheiro e empresário, o currículo de Alberto Costa inclui obras de importância, como as rodovias Lapa-São Mateus do Sul e Curitiba-Paranaguá (85% do projeto e construção e 25% da pavimentação), pavimentação de pistas dos aeroportos Afonso Pena e Bacacheri, em Curitiba, no Paraná, e obras semelhantes em vários estados brasileiros, como construção e pavimentação das rodovias Campo-Grande-Cuiabá, em Mato Grosso, Catanduva-Rio Uruguai, Urussanga-Criciuma, Lontras-Rio do Sul e Veados-Água Doce, todas em Santa Catarina, entre várias outras, além de serviços em consultoria, estudos e projetos de ferrovias. Foi, ainda, professor de Geologia Econômica e Noções de Metalurgia na Escola de Engenharia da UFPR.

No âmbito classista, Alberto Franco Ferreira da Costa, foi, a partir de 1951, conselheiro representando o IEP, secretário, vice-presidente e presidente do Crea-PR; no Confea, conselheiro federal duas vezes, vice-presidente e presidente; ao término de seu mandato, apesar de apoiar outro candidato, foi reeleito por unanimidade, mas declinou da indicação por defender uma política de alternância no cargo.

Também foi diretor da Associação Comercial do Paraná, diretor tesoureiro do Banco Interamericano do Brasil, acionista majoritário da Casa Bancária Lloyd Português, no Rio de Janeiro, e de várias outras empresas, diretor-presidente da S/A Gráfica e Editora de Jornais, do Rio de Janeiro, diretor de Editora Correio do Paraná, de Curitiba, e chefe de gabinete da Petrobrás.

Na política, foi filiado ao antigo PSD (Partido Social Democrático) e à Arena (Aliança Renovadora Nacional), pela qual foi eleito deputado federal pelo Paraná, em 1966, e reeleito em 1970; integrou várias Comissões da Câmara Federal. Faleceu em Curitiba dia 8 de novembro de 1990.  Foi casado em primeiras núpcias com Maria Margarida Solheid da Costa, com quem teve oito filhos, e depois, viúvo, com Leony Dória Mueller da Costa.

 

 

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