Duas obras – A ascensão, de Messiaen, e Sinfonia nº 3, de Honegger –, ambas sob a regência do maestro convidado Sílvio Viegas, vão compor o concerto Místico que a Orquestra Sinfônica do Paraná (OSP) apresenta no domingo 19 de agosto, às 10h30, no grande auditório do Teatro Guaíra, em Curitiba. Ingressos a R$ 20 e R$ 10.
As duas possuem histórias bem definidas por seus compositores, e falam sobre o processo de conhecimento e reflexão pelo qual passam os seres humanos.
Olivier Messiaen, compositor de A ascensão, viveu na França entre 1908 e 1992. De 1931 até sua morte, trabalhou como organista na igreja da Trindade, em Paris. Messiaen sempre foi conhecido como um homem com fortes relações espirituais com a Igreja Católica. Esse laço só aumentou depois que ele passou a trabalhar na igreja.
A obra A ascensão foi uma das primeiras que o compositor escreveu como músico da igreja da Trindade. Ela foi pensada como música para os rituais litúrgicos da Páscoa, mais especificamente, para o final do ciclo pascoal, quando Jesus Cristo ascende ao céu. Formada por quatro “meditações para a orquestra”, cada uma delas baseada em um momento da ascensão de Jesus, a obra foi originalmente escrita para orquestra e, mais tarde, adaptada para o órgão solo.
A Sinfonia nº 3, de Arthur Honegger, apesar de ser conhecida como Sinfonia Litúrgica, traz uma história mais próxima dos acontecimentos da época em que foi escrita. Composta entre outubro de 1945 e abril de 1946, a sinfonia foi encomendada pela associação suíça Pro Helvetia, que solicitou ao compositor uma obra que retratasse a busca pela paz após a Segunda Guerra Mundial.
Segundo o próprio Honegger, a música representa “um drama encenado por três personagens, reais ou simbólicos: miséria, felicidade e homem. Esses são temas eternos. Eu tentei trazê-los para a realidade atual”.
Os três movimentos da sinfonia, com nomes baseados também na liturgia católica, falam sobre medo, ira, piedade e rebeldia das vítimas da guerra sobre a opressão a que foram sujeitadas.
O maestro Sílvio Viegas é regente da Sinfônica de Minas Gerais. Já atuou com a Orquestra Sinfônica Brasileira, na Orquestra de Arena de Verona e no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Em 2016, foi maestro convidado da OSP.