Garcez, o primeiro arranha-céu de Curitiba

Edifício Garcez: o terceiro maior do país, na época/fotos: Gisele Dziura

A Uninter comemora os 330 anos de Curitiba ressaltando a ligação histórica que tem a com a Capital, através do edifício sede Campus Garcez. O Edifício Moreira Garcez, é um importante ponto histórico da cidade, pois foi o primeiro grande prédio, arranha-céu de Curitiba e o terceiro maior do Brasil.

A professora da Uninter, arquiteta e urbanista Giselle Luzia Dziura, comenta que a construção do prédio foi de responsabilidade do engenheiro e ex-prefeito de Curitiba, João Moreira Garcez e começou em 1924 sendo concluída em 1934.

O edifício Garcez marcou o início da verticalização de Curitiba, junto com o Palácio da Avenida, representando um marco de referência e progresso para a cidade: “Na época, a modernidade nos anos 1920, no mundo da arquitetura, envolvia a tecnologia do elevador, concreto armado e construção metálica em altura, possibilitando o processo de verticalização dos edifícios”.

Detalhes da edificação que deu realce ao centro de Curitiba

Segundo a arquiteta, os materiais utilizados e o sistema construtivo merecem destaque pelos desafios tecnológicos. Até então, os materiais das construções consistiam tijolo com vigas em metal ou madeira e a obra do Garcez foi a primeira construção em concreto armado do Paraná. Esse sistema estrutural permitiu a viabilidade espacial de aumentar os vãos, como por exemplo, o pátio interno, onde hoje estão localizadas as escadas rolantes. O conceito do pátio consistia em favorecer a circulação de ar e a integração visual entre os andares. Outro destaque é que a obra partiu de uma fundação construída com troncos de eucaliptos embebidos em óleo cru.

O Garcez, situado na avenida Luiz Xavier esquina com a rua Voluntários da Pátria e praça Osório, participa da vida no Centro da cidade e é multifuncional, pois já abrigou diversas atividades e está em frequente mudança, conforme as necessidades da sociedade atual.

O edifício foi feito com o propósito de ser um hotel de luxo, acabou se tornando um prédio empresarial e na década de 1930 cedeu espaço para o Consulado da Alemanha nazista. Foi também sede provisória do Cassino Estância das Mercês, Palácio das Diversões Skating Golf Girsl e sede dos bailes do Bloco Please e da Federação Paranaense de Futebol.

Durante décadas, as funções foram se modificando e abrigando associações, repartições públicas, escolas, cinema, loja de departamentos e até um shopping. Atualmente, a multifuncionalidade é composta pelo Centro Internacional Uninter e espaços comerciais independentes.

“O Edifício Moreira Garcez esteve à frente do seu tempo e continua até hoje, cuja arquitetura expressa a riqueza da memória do passado e aponta para projetos do futuro, por meio dos espaços educacionais. A multifuncionalidade do edifício promove diversidade de atividades e pessoas, possibilitando a convivência de partes distintas da cidade, envolvendo as várias funções urbanas, como estudar, trabalhar, comprar… Auxilia no conviver que é a base da vitalidade urbana”, conclui a professora Dziura.

(Fonte: NQM Comunicação)

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