
Domingo, 20 de março de 1966. Praça Tiradentes, Curitiba. Inauguração da nova sede do Banco do Brasil. Presença do presidente da República, marechal Humberto de Alencar Castello Branco, o primeiro do ciclo militar, de ministros da República, do governador Paulo Pimentel e de uma legião de outras autoridades, aquelas de sempre. Banda dos Fuzileiros Navais a postos para o hino nacional.
O prédio, nove andares, construído no terreno ladeado pela praça e pelas ruas Cândido Lopes, Cândido de Leão e Dr. Muricy. Moderníssimo. Nove pavimentos com sistema de condução de documentos por tubos pneumáticos. (Não sei se vigora até hoje). Oito elevadores. No térreo, entre outras instalações, a caixa forte com sistema de ventilação e porta de várias toneladas.
Inauguração ao meio-dia do primeiro dia do outono. E nada do arcebispo metropolitano dom Manuel da Silveira d’Elboux chegar para a benção das instalações. Faltavam cinco minutos. Castello Branco olhando o relógio. Contagem regressiva: quatro, três, dois, um.
Não teve dúvidas: ao encontro dos ponteiros, o marechal desatou a fita e deu a obra como inaugurada. Instantes depois, chegou o arcebispo.
Benzeu as instalações diante de um presidente de cara amarrada e que já ao normal não era nada bonito.