O bar das alamedas

Otelo, boas surpresas ao cruzar a porta de entrada/fotos: JZ

Um “pé-sujo” cheiroso, que já nasce com cara de velho. Assim se apresenta um dos mais novos espaços de (boa) convivência de Curitiba: o bar Otelo (al. Carlos de Carvalho, 625, no Centro, lado esquerdo do sentido de tráfego, poucos passos além do ponto final de outra alameda, a Prudente de Morais.

Nas paredes, um acervo de fotos, desenhos, cartazes, capas de jornais

O Otelo se oferece ao passante, e aos que já conhecem o endereço, com o atraente luminoso onde o O, de Otelo, ostenta uma gravatinha borboleta. Ao cruzar a ampla fachada de vidro – uma sequência de partes emolduradas em madeira escura -, o cenário interno surpreende: as paredes são povoadas de fotos, cartazes, desenhos, novos e principalmente antigos, espelhos, exemplares garimpados no correr dos anos pelo empresário Ewerton Antunes, o orgulhoso dono da casa e também sócio de outros restaurantes, como o Kan, de comida japonesa, o Italy Café e o La Campesina, este do outro lado da rua.

Costelinha de tambaqui frita

As mesas do Otelo, como registra o bem-humorado jornal-toalha colocado sob os pratos, “atendem a doutores e pacientes, formidáveis e contundentes, ilustres ignóbeis e duvidosas sumidades, artistas sem arte, nacionais e importados, malandros e manés, guapecas e pangarés. Não raro se vê por lá poetas tristes no balcão, editores felizes no banquete, habitués esporádicos, comensais inéditos, consumidores os mais variados com amores ao copo e sonhos no prato”.

E sabores nos copos e nos pratos é que não faltam. Prá começar pode ser um histórico rabo-de-galo, drink feito com cachaça e vermute, passando por uma coleção de clássicos, até uma releitura, o White Negroni, com gin, vermute branco e limoncello no lugar do Campari.

Croquete de ossobuco com queijo

O Otelo, que abre às quatro da tarde de segunda a sexta-feira, e aos domingos, às 11h30, segue sempre até à meia-noite servindo pratos feitos como Galinhada ao molho ferrugem com polenta cremosa, Dobradinha da vovó e Filé à Oswaldo Aranha, entre vários outros. E também os Pratos Feitos Fundos, como Sopa de capeletti in brodo e a famosa Sopa Leão Velloso de frutos do mar.

Mas para acompanhar o chope da Brahma – ou a ampla carta de bebidas, também com vinhos bem pontuados – a escolha entre “acepipes, petiscos & belisquetes” é variada, com mais de vinte opções, entre as quais bolinho de bacalhau, carne de onça, croquete de ossobuco com queijo, provolone à milanesa, camarão crocante à doré, costelinha de tambaqui frita.

Para arrematar os bons momentos, uma sobremesa que pode ser o chope de colher: gelatina e mousse de maracujá num copo que, ao chegar à mesa, faz pensar que é o chope de saideira. Saboroso.

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