O tarado do Palácio

Décadas atrás, um estranho acontecimento movimentou os corredores do Palácio 29 de Março, no Centro Cívico, sede da Prefeitura de Curitiba. Findo o expediente, repartições vazias, um cidadão vestido apenas com um guarda-pó de cor cinza escondia-se atrás das cortinas, aguardando a chegada das funcionárias da limpeza.

Em determinado momento, descerrava as cortinas e abria o guarda-pó, exibindo-se às mulheres, algumas das quais tentava seduzir. Clássica cena do tarado de anedota.

O caso foi denunciado, mas nenhuma das vítimas revelou o nome do cidadão, temendo represálias. Afinal, era uma figura com certo destaque, embora ocupando chefia menor.

Na época as secretarias municipais ainda se chamavam departamentos e o diretor do de Administração e Recursos Humanos abriu uma sindicância interna e nomeou uma comissão de três membros para apurar as denúncias.

Meses se passaram e nada! Interrogatórios se arrastavam. O caso parecia destinado ao esquecimento de arquivo morto.

Até que um dia, revoltada, uma das mulheres resolveu falar. Procurou o diretor do departamento e, quase entre lágrimas, acusou:

– Doutor, o homem que o senhor está procurando, o tarado das cortinas é … o presidente da comissão.

O caso, naturalmente, foi abafado. Como pena, o taradão foi encaminhado a aconselhamento psiquiátrico.

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