Fundada em 2018 pela Associação Musical Alegro (r. Trajano Reis, 40, Centro, em Curitiba), a Orquestra Jovem Alegro (OJA) reúne jovens de projetos sociais e músicos de sete estados brasileiros. No total, são mais de 400 crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social atendidas com aulas de formação musical na Região Metropolitana de Curitiba e em Antonina.
“A Alegro não cuida só da criança, mas também pensa no jovem de 23 anos que está se formando e ainda não tem experiência para uma audição em orquestras profissionais”, diz o maestro da OJA, Thiago dos Santos.
O principal objetivo da orquestra jovem é se consolidar como um primeiro contato com a música profissional para os jovens que se formarem nas escolas de música dos projetos sociais atendidos pela Alegro.
Geralmente formadas por rapazes e moças entre 18 a 29 anos, as orquestras jovens existem no mundo inteiro como um espaço para que músicos recém-formados possam dar seus primeiros passos no mundo da música profissional.
A ideia da criação de uma orquestra jovem surgiu há dois anos na Alegro. A proposta era montar um grupo de alto nível, porém que também se preocupasse com a integração e aspiração das crianças dos núcleos atendidos, as quais jamais haviam tocado em uma orquestra antes.
“Foi uma mistura inédita”, diz Edward Matkin, fundador da Associação Musical Alegro e idealizador da OJA. “Reunir alguns dos melhores músicos do país e integrá-los com as crianças dos núcleos daqui”.
Para a contrabaixista Giovanna Contador, de Bauru, São Paulo, foi muito gratificante ver a inclusão das crianças dos núcleos na orquestra. “A Alegro dá oportunidade às pessoas, sem tratá-las apenas como crianças de periferia”.
Giovanna foi uma das 70 bolsistas convidadas a participar do festival de quatro dias que lançou a OJA. Ela é formada em música e estudou no Conservatório de Tatuí, referência em formação musical no Brasil.
“O Festival Alegro foi construído com base no amor e na sabedoria. Toda a organização estava sempre acessível e preocupada conosco. Foi por isso que deu tudo tão certo”, destaca a musicista.
Thais Piaia, bolsista vinda de Cascavel, concorda. “Eu nunca tive na vida a experiência que pude ter com a OJA. Foi a melhor de todas, e eu já estou no violino há 10 anos. A orquestra puxou de mim aquilo que eu não sabia que conseguia fazer”.
Segundo Thiago Santos, o repertório escolhido para o festival não foi fácil. “Sabíamos que era a primeira vez de muitos em uma orquestra, então escolhemos obras desafiadoras, para que eles realmente tivessem experiência profissional”.
A Orquestra Jovem Alegro começou como produto final de um festival, mas a harmonia do grupo foi tão grande que a ideia agora é mantê-la. Para o maestro Thisgo santos, “foi um trabalho em equipe. Conseguimos em poucos dias o resultado de uma orquestra que trabalha junto há meses”.
Após o sucesso do concerto inicial no Festival Alegro, em novembro de 2018, o maestro, o diretor Edward Matkin e os músicos têm o mesmo sonho: consolidar a Orquestra Jovem Alegro como porta de entrada do mercado de trabalho para jovens músicos, em especial para as crianças e adolescentes atendidas nos projetos sociais apoiados pela Alegro que buscam uma primeira oportunidade de carreira na música.
Informações: (41) 99870-6229 e http://alegromusic.org/