Um dos 11 animais considerados extintos no Brasil desde a década de 1970, o mutum-de-alagoas (Pauxi mitu) é a atração do recém-inaugurado espaço “Como salvamos espécies” do Parque das Aves, de Foz do Iguaçu, na região oeste do Paraná. E o parque – que é um centro de conservação da Mata Atlântica e o segundo atrativo turístico mais visitado de Foz (recebeu em 2017 mais de 820 mil visitantes) – passou a ser o primeiro zoológico do mundo a expor essa espécie.
Como participante do Programa de Cativeiro do Mutum-de-alagoas, o Parque das Aves recebeu, em junho de 2015, 10 casais da ave, vindos do criadouro Crax, de Minas Gerais. Desde então, ali já nasceram mais de 20 filhotes, aumentando em 10% a população mundial da ave. Atualmente, a espécie depende da reprodução sob cuidados humanos, pois só existiam três desses animais quando as ações de conservação foram iniciadas.
O espaço “Como salvamos espécies” traz diversas informações sobre como o parque trabalha para evitar o desaparecimento de espécies. O visitante tem a oportunidade de conhecer bem de perto a espécie, além de aprender mais sobre as razões que levaram à sua extinção e o que elas podem fazer para que outros animais não cheguem nessa situação.
Um dos motivos para o mutum-de-alagoas estar extinto na natureza foi a intensa caça predatória, mas a maior razão é a perda de habitat. A espécie era apenas encontrada em uma pequena faixa de Mata Atlântica no estado de Alagoas, mas esse bioma também está em risco de extinção, com apenas 8,5% de seu antigo território preservado, segundo o SOS Mata Atlântica.
Segundo Carmel Croukamp, diretora-geral do Parque das Aves, “dentro do novo foco do parque na conservação de aves da Mata Atlântica, muitas ações e parcerias com diversas instituições estão sendo desenvolvidas, pois 119 espécies de aves desse bioma dependem de muito trabalho sério para não desaparecerem completamente”.