Urtiga na praça

Jardins da praça Osório em janeiro de 2019

No final dos anos 1960, o número de moradores de rua em Curitiba era muito pequeno, mínimo, ao contrário de hoje, quando a população sem teto chega a perto de duas mil pessoas, segundo dados da Fundação de Ação Social (FAS), órgão da Prefeitura, ou até quase ao triplo, de acordo com estimativas extraoficiais.

A praça Osório, no centro da capital paranaense, era um dos redutos preferidos dos sem-teto, que ali dormiam e faziam as necessidades fisiológicas em meio às plantas.

Certo dia, o diretor do Departamento de Parques e Praças – órgão que, anos depois, deu origem à Secretaria Municipal do Meio Ambiente – tomou uma providência que, nos dias de hoje, seria considerada politicamente incorreta.

Plantou, entre a vegetação rasteira da praça, mudas de urtiga, vegetal que tem propriedades medicinas, mas que, em contato com a pele pode causar coceira intensa, irritação e até queimaduras.

O primeiro que se atreveu a utilizar os jardins para o chamado ‘número 2’, saiu em disparada pelo meio da praça e, dizem, nunca mais voltou.

A notícia se espalhou e ninguém mais foi visto agachado por aquelas bandas.

Politicamente incorreto, mas resolveu a questão, salvando a praça do permanente mau cheiro.

Compartilhar: