Vinícola argentina investe no consumidor brasileiro

Roberto González fala sobre os vinhos Don Nicanor e Caduz

Fundada em 1888 por imigrantes italianos, que plantaram os primeiros vinhedos em Luján de Cuyo, em Mendoza, Argentina, a vinícola Nieto Senetiner tem no Brasil o seu maior cliente, seguido dos Estados Unidos e Inglaterra, com a China já ocupando o quarto lugar. Mais de 15 países recebem seus produtos. Comprada em 1969 pelas famílias Nieto e Senetiner, desde 1998, integra o grupo Molinos Río de la Plata.

Numa iniciativa da importadora Porto a Porto, que ao lado da Casa Flora, traz ao Brasil os vinhos da Nieto Senetiner, o enólogo-chefe da vinícola, Roberto González, conduziu em Curitiba, na terça-feira 14/11, no restaurante Corrientes 348 (r. Gutemberg, 23), um almoço harmonizado com três rótulos icônicos da vinícola argentina: o branco Don Nicanor Chardonnay/Viognier e os tintos Don Nicanor Malbec (carros-chefe da marca e assim chamados em homenagem a um dos fundadores) e Caduz Finca las Tortugas Malbec.

González discorreu sobre a localização dos vinhedos, situados em áreas distintas, de clima frio e ameno, o que concorre para a personalidade dos vinhos, as propriedades das uvas, os cuidados na elaboração. O Don Nicanor Chardonnay/Viognier é produzido na região de Tupungato, em Mendoza. Amadurece durante 12 meses em barricas de carvalho e apresenta aroma de frutas maduras (pêssego), flores brancas e baunilha; graduação alcoólica de 13,5%.

O Don Nicanor Malbec nasce nos parreirais de Agrelo, em Luján de Cuyo. A colheita é manual e o vinho estagia por 12 meses em carvalho francês. Aromas de ameixas e violetas, com notas de baunilha; graduação alcoólica de 14%.

Os três vinhos podem ser comprados em Curitiba nas lojas da Adega Brasil, Adega Franco e de O Bodegueiro.

O Cadus Single Vineyard Finca Las Tortugas Malbec também é de Agrelo, com uvas colhidas a mão. Amadurece entre 18 e 24 meses no carvalho francês e mais 12 meses na adega antes da comercialização. Aroma frutado com notas de figo maduro, amoras e chocolate; graduação alcoólica de 15%. O Caduz, que era o nome em latim das ânforas que continham vinho na antiguidade, nasceu como um dos ícones da Nieto Senetiner e hoje pertence a uma vinícola independente, também integrante do grupo Molinos.

Como detalhe, Roberto González conta que para a fabricação das barricas é utilizada a madeira de árvores de 120 anos; depois do corte, as peças que vão compor as barricas ficam ao tempo durante 36 meses antes da montagem para eliminar os taninos. A uva e a madeira de qualidade são os dois elementos importantes de um bom vinho, diz ele.

 

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