
Personagem importante no processo de transformação de Curitiba comandado pelo prefeito Jaime Lerner a partir dos anos 1970, a engenheira Dulcia Auríquio morreu nesta quarta-feira 23 de julho, aos 97 anos.
Diplomada em 1954 pela UFPR, Dulcia foi a terceira engenheira civil formada no Paraná. Antes dela, apenas Enedina Alves Marques, a primeira engenheira negra do Brasil, e Francisca Maria Garfunkel, depois Rischbieter (Fanchette).
Antes, ainda, a primeira aluna do curso de Engenharia no Paraná foi Ruth Dória de Oliveira, em 1931, que cumpriu apenas dois anos e abandonou o curso, como destaca professor Ildefonso Clemente Puppi, ex-diretor da Faculdade de Engenharia, em seu livro “Fatos e Reminiscências da Faculdade”.
Uma das fundadoras do Ippuc (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba), em 1966, na gestão do prefeito Ivo Arzua Pereira, Dulcia cumpriu longa carreira na Prefeitura de Curitiba, com vários cargos de chefia e assessoria, inclusive o de diretora geral do Departamento de Urbanismo, hoje secretaria municipal.
Extremamente rigorosa com a coisa pública, sempre discreta e avessa a badalações, Dulcia foi uma guardiã dedicada do crescimento ordenado de Curitiba. Nunca transigiu com malfeitos. E sempre foi muito respeitada, tanto pelos colegas de serviço como pelos munícipes, mesmo quando pedidos eram indeferidos. Tinha autoridade sem ser autoritária.
A seu pedido, ela foi cremada e não houve velório.