O livro chama-se “Capitão Hidalgo – A História da Vitória” e narra a trajetória do jogador de futebol, e depois comentarista esportivo, José Hidalgo Neto. O autor é o jornalista paranaense Marco Antônio Assef Bruginski, que atua na equipe de esportes da rádio CBN Curitiba e no Diário Indústria & Comércio do Paraná.
O próprio autor destaca que não se trata de uma biografia, mas de um livro de memórias daquele que foi um dos grandes craques do futebol paranaense e que atuou por anos no Coritiba Foot Ball Club, tendo sido capitão da equipe pela sua liderança. Daí sempre o qualificativo “Capitão” antes do nome Hidalgo.
Mas o livro de Marco Assef não se limita a contar a carreira de Hidalgo, que começou no futebol juvenil, em São Paulo, no Juventus da “rua Javari”, no bairro da Moóca, e seguiu pelo XV de Piracicaba, da cidade paulista do mesmo nome. Cobiçado por grandes times do futebol brasileiro, o XV sempre se recusou a vendê-lo. Até que, em 1970, por indicação do técnico Filpo Nuñes, o histórico presidente do Coritiba Evangelino da Costa Neves o trouxe para o Coxa.

Nesse ponto, o livro de Assef pode ser considerado “dois em um”, contando a carreira do Capitão Hidalgo e as conquistas do Coritiba: Fita Azul em 1972, por temporada invicta em amistosos na Europa; tetra-campeão paranaense 1971-74; campeão do Torneio do Povo em 1973, entre tantas outras.
(Mais tarde, o Coxa seria Campeão Brasileiro em 1985, duas vezes campeão da série B do Brasileirão (2007 e 2010), disputou a Copa Libertadores da América e o Sul Americano. Por dois anos seguidos (2011 e 2012) foi vice-campeão da Copa do Brasil, embora tivesse merecido os títulos. Hoje, o time do Alto da Glória está muito, muito distante de seus anos de brilho. Opinião deste jornalista).

Assef lembra no livro técnicos de renome que dirigiram o Coritiba ao tempo de Hidalgo: Filpo Nuñes, Yustrich, Mauro Ramos de Oliveira (campeão do mundo pelo Brasil em 1962), Elba de Pádua Lima (Tim), Aymoré Moreira, que também comandou a seleção brasileira, Hélio Alves, Diede Lameiro, Renganeschi, Lanzoninho, entre eles.
Depois de encerrar a carreira no futebol – fez 229 jogos oficiais pelo Coritiba, onde também foi treinador interino em outros 18 -, José Hidalgo Neto iniciou uma nova etapa, como comentarista esportivo, dirigindo equipes em várias emissoras da Capital paranaense, cobrindo mundiais de futebol e até Fórmula 1. Participou de programas de esporte na TV e está na ativa até hoje, pela internet. É Cidadão Honorário de Curitiba e do Paraná.
O livro de Assef tem 303 páginas, editado em 2025 pela Coração Brasil Editora e é recheado de fotos.
Um belo passeio pela história do futebol paranaense e um resgate vivo de uma época.