
Houve um prefeito de Curitiba que sonhou em legar à cidade um estádio de esportes municipal. E já tinha até área definida, próxima ao centro. Chegou a lançar a pedra fundamental do empreendimento em 29 de março de 1938, data dos 245 anos de Curitiba. Mas não conseguiu concretizar a obra, pois ficou apenas três meses no cargo – de fevereiro a abril daquele ano, nomeado pelo interventor Manoel Ribas – e seu sucessor não se interessou em dar continuidade ao projeto.
Seu nome: Oscar Borges de Macedo, paranaense de Palmeira, cidade da região dos Campos Gerais, bisneto do primeiro prefeito (nomeado) de Curitiba, José Borges de Macedo, e neto do comendador Joaquim José Alves, que foi deputado à Assembleia Provincial do Paraná e vice-presidente da Província.

A história do projeto ele mesmo contou em depoimento à Casa Romário Martins, órgão da Fundação Cultural de Curitiba, em 9 de janeiro de 1973:
“Possuia a Prefeitura nessa época (1938) uma valiosa área de terras em frente para a atual rua Conselheiro Araújo, ao lado do Passeio Público, onde hoje se encontra a sede do Círculo Militar do Paraná. Esta área, pela sua localização e extensão vinha sendo cobiçada por várias associações que a desejavam em doação.
“Pareceu-me que a Prefeitura deveria utilizá-la para si e não doá-la, pois seu valor já era muito alto para a época para ser entregue de mão beijada. Foi então que o Departamento de Cultura da Prefeitura sugeriu-me a ideia de construir ali o estádio municipal. A ideia foi acolhida por mim com entusiasmo, como pelas várias associações desportivas da capital, assim que chegou ao conhecimento público”.
“Quando deixei a Prefeitura – relembra – estavam quase concluídos os estudos da planta do estádio. O meu substituto (João Moreira Garcez), porém, que não era de aceitar as ideias de outros administradores, por melhor que fossem, não deu nenhum passo para a concretização dessa medida, doando mais tarde esse valioso patrimônio municipal ao Círculo Militar, que tem ali hoje a sua sede”.
Oscar Borges de Macedo foi advogado e iniciou na política em Ponta Grossa, filiando-se ao Partido Liberal. Foi produtor e exportador de madeira, deputado federal, secretário da Fazenda, entre outras atividades. Morreu em Curitiba em 2 de julho de 1981, aos 87 anos de idade.