Os tesouros árabes do Alentejo

Mértola é chamada de “a cidade mais árabe de Portugal”/fotos: Turismo do Alentejo

Ao viajar pelo Alentejo – maior região de Portugal -, é impossível não notar os vestígios deixados pelos árabes, que chegaram à região no século 8 e governaram até 1249. A herança desse período está viva nas muralhas, nas casas caiadas de branco, nos castelos imponentes e até nos aromas da culinária local. Cada vila guarda um fragmento dessa história, transformando o Alentejo em um destino imperdível para quem aprecia cultura e autenticidade.

O estilo conhecido como manuelino–mudéjar mescla os traços arquitetônicos árabes e ibéricos, criando edificações únicas. Este período viu um boom no aprendizado e nas artes, com a introdução de telhas de cerâmica decoradas, ou azulejos, bem como tecelagem de tapeçarias e tapetes, artigos de couro e artesanato de joias.

Um dos exemplos mais marcantes dessa herança é Mértola, conhecida como “a cidade mais árabe de Portugal”. Suas ruas estreitas e brancas, o castelo no alto da colina e a antiga mesquita, hoje Igreja de Santa Maria, revelam a importância da cidade no período islâmico. A cada dois anos, Mértola revive esse passado no Festival Islâmico, que transforma o centro histórico em um verdadeiro souk com música, artesanato e gastronomia típica.

Claustros da Pousada do Castelo de Alcácer do Sal: arquitetura militar islâmica

Outros locais também preservam fortes traços da presença moura. O Castelo de Alvito, construído em 1494, combina elementos góticos e muçulmanos, com cúpulas e coruchéus (parte mais elevada de uma torre ou campanário) pintados de branco. Hoje, funciona como uma pousada histórica que permite aos visitantes dormir dentro de uma fortaleza cheia de memórias. Já o Castelo de Alcácer do Sal, com sua arquitetura militar islâmica e vista panorâmica sobre o rio Sado, oferece um mergulho na história e abriga a charmosa Pousada D. Afonso II.

A influência árabe também está presente nas palavras e nos sabores. Termos como “almofada”, “marfim” e “sofá” vêm do árabe, assim como ingredientes essenciais da cozinha portuguesa, como limão, coentro e passas. E até o utensílio cataplana, símbolo da gastronomia alentejana, tem origem moura, lembrando as tradicionais panelas do norte da África. Visitar o Alentejo é caminhar por séculos de história. Entre castelos, mesquitas e sabores, os vestígios árabes continuam a encantar quem percorre essa região. Informações: www.turismodoalentejo.com.br.

(Fonte: Visit Portugal/AFT Comunicação Digital)

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