
Figura admirável do mundo jurídico brasileiro, o professor Renê Ariel Dotti, que morreu há uma semana em razão de problemas cardíacos, aos 86 anos, deixa uma considerável lacuna na vida paranaense.
Em sua homenagem, aproveito para lembrar, aqui, três pequenas estórias, já publicadas neste blog, que me contaram sobre ele, ao seu tempo de secretário de Estado da Cultura do Paraná, no governo Álvaro Dias, segunda metade dos anos 1980:
Ao receber um processo em seu gabinete, encaminhou-o a um assessor com o despacho: Para ler e apreciar. No dia seguinte, recebeu a papelada com a informação: li e apreciei.
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O governador Álvaro Dias ia visitar a secretaria. Dotti chamou a mulher do cafezinho e alertou-a para deixar tudo preparado.
– Vou, então, fazer um cafezinho melhor, amanhã, disse ela.
– Não se incomode, dona. Pode fazer aquele ruinzinho de sempre, respondeu ele.
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Numa solenidade no Teatro Guaíra, antes de um concerto da Orquestra Sinfônica do Paraná, Renê Dotti e a plateia foram obrigados a ouvir sete longos discursos.
Ao chegar sua vez de falar, como autoridade máxima no evento, não teve dúvidas:
– Apenas duas palavras: música, maestro.
Foi ovacionado.