
De 13 a 17 de agosto o Sesc PR realiza a 44ª edição do maior evento literário do estado – a Semana Literária e Feira do Livro –, que neste ano ocorrerá de maneira simultânea em 27 cidades paranaenses e celebrará a vida e a obra de Dalton Trevisan. Assim como o escritor teve Curitiba como sua cidade inspiração, a temática a ser abordada neste ano será Cidades Literárias e trará para as discussões, debates como Urbanidades e Literatura: a cidade como personagem; Cidade, Pessoas e Livros: a subjetividade dos invisíveis; O vampiro de Curitiba, e O que não cabe no corpo: escrita da falha e da fresta.
Em Curitiba, toda a programação será realizada nas instalações do Museu Oscar Niemeyer, com atividades para públicos de diferentes idades. Estão previstas mesas-redondas, lançamento de livros, performances, oficinas, exibição de filmes, espetáculos musicais, exposições, contação de histórias e walking tour pela cidade daltoniana.
Estão confirmados reconhecidos nomes do cenário literário nacional, entre eles: Jeferson Tenório, Stênio Gardel, Nelson Motta, Guta Stresser, Caetano Galindo, Fabiana Faversani, Mariana Salomão Carrara, João Anzanello Carrascoza, Bráulio Tavares, Ilana Casoy, Guilherme Gontijo Flores, Kaká Werá, Olívio Jekupé, Julia Raiz, Augusto Massi e Marcelo Jeneci.
Nos cinco dias do evento, o público poderá participar de diferentes oficinas, como a de Criação poética a partir da materialização da palavra, com Jéssica Iancoski (vagas limitadas); Permanente de Monotipia e Tipografia, com Marcelo Weber; Entre tesouros e revistas: colagem analógica, com Davi Perez Milani; Destrave: para sair escrevendo, com Mabelly Venson (vagas limitadas); Tecnopoética: no presente do subjuntivo, com Cássio Menin; Encadernação Watusi, com Tatiana Hirami (vagas limitadas); Escrever o primeiro livro: um salto no escuro, com Fernanda Ribeiro; Oficina: Entre tesouros e revistas: colagem analógica, com Davi Perez Milani; Construindo um Flip Book, com Juliana Choma, e Procura-se Dalton? – Livre para todas as idades.

Estão previstos mais de 60 lançamentos de livros, entre eles, a 10ª edição da Coletânea Sesc de Contos Infantis, com textos selecionados via edital e trouxeram em suas histórias a temática Paraná e seus aspectos culturais. A coletânea teve curadoria do escritor de literatura indígena Olivio Jekupé e ilustração de Izabela Bombo. Fazem parte da coletânea textos de Alfredo Mourão, de Ponta Grossa, Anecy Oncken, de Umuarama; Bel Akemi, de Curitiba; Cléo Moreira, de Rolândia; Diego Gianni, de Curitiba; Egon Zek de Oliveira, de Curitiba; Haroldo José Andrade Mathias, de Irati; Kleber Bordinhão, de Ponta Grossa; Roberta Ambrosio Boscolo, de Maringá, e Silza Maria Pasello Valente, de Bela Vista do Paraíso.
Vinte e sete livrarias e editoras participarão, no Salão de Eventos do MON, da Feira do Livro, comercializando títulos com descontos de 20% sobre o valor da capa.
Toda a programação é gratuita, mas as atividades estão sujeitas à lotação do espaço, retirada de ingressos e à pré-inscrição. No site do evento você encontra o passo a passo a seguir, tem acesso a todas as edições já lançadas da Coletânea Sesc de Contos Infantis e aos áudios contos.
Dalton Trevisan
Nascido em Curitiba em 14 de junho de 1925, o escritor Dalton Trevisan recebeu ao longo de seus quase 100 anos de vida, inúmeros adjetivos: bem-humorado, rigoroso, extraordinário, artista da palavra, contista magistral, inventor, premiado, grande paisagista de Curitiba, incansável operário das letras, um dos maiores escritores do Brasil e até a de vampiro. Era um homem discreto, não dado aos holofotes. Foi agraciado com as mais importantes da literatura brasileira e portuguesa: três Oceanos – antigo Portugal Telecom de Literatura Brasileira –, Camões e Machado de Assis, além de quatro Jabutis.
Apesar de todo o mistério que o rondava, do silêncio e da esquiva pública, cultivava amizades e, também, rivais literários. Dalton nutriu um hábito de resistência cultural, afetividade e, por que não, de atitude estética – o de escrever cartas e bilhetes – carregando uma marca singular em sua comunicação com amigos e alguns privilegiados leitores ao longo de sua vida. Trocava correspondências com Carlos Drummond de Andrade, Poty Lazzarotto, Fernando Sabino, Otto Lara Resende, Antônio Cândido e Mário de Andrade e, aos desafetos, a crítica e o sarcasmo eram publicados em jornais.
Fazem parte das obras de destaque da carreira de Dalton Trevisan: Novela Nada Exemplares, de 1959; Cemitério de Elefantes, de 1964; O Vampiro de Curitiba, de 1965; Mistérios de Curitiba, de 1968; A Guerra Conjugal, de 1969; A Polaquinha, de 1985; Quem tem medo de vampiro?, de 1998; 111 Ais, de 2000; Macho Não Ganha Flor, 2006, e O Beijo na Nuca, 2014.
(Fonte: Sesc/Núcleo de Comunicação e Marketing)