
Dois anos atras, em 23 de março de 2023, publiquei neste blog um texto com o título “Uma rua e duas injustiças”. Referia-me à rua Jornalista Nacim Bacila Neto, no Centro Cívico, uma transversal da Mateus Leme.
Para maior compreensão, reproduzo o texto:
“Uma rua de Curitiba, no Centro Cívico, transversal da Mateus Leme, exibe duas injustiças: o nome abreviado indevidamente e sua pequena extensão, cujo mérito é, além de prover seus moradores de acesso, descortinar ao fundo parte do cenário do bosque Papa João Paulo II.
A rua, mais uma travessa, chama-se Jorn. Nacim B. Neto (Jorn. de jornalista) e corre ao lado de uma agência do Banco do Brasil. Mas a placa deveria estar lá por extenso: Nacim Bacila Neto. Ou apenas Bacila Neto, o que seria mais apropriado. Ninguém que o conheceu – naturalmente com as exceções dos ambientes familiares – chamava-o pelo prenome. Ele era, e sempre foi, o Bacila Neto.
Jornalista de elevado talento, Bacila Neto (1925-1989) foi advogado, editorialista da Gazeta do Povo, correspondente de O Estado de São Paulo em Curitiba, professor do curso de Jornalismo da UFPR (fui seu aluno e aprendi muito), formador de gerações de profissionais, primeiro presidente do Comitê Paraná-Ohio, instituição que promoveu o intercâmbio comercial e cultural entre o Paraná e aquele estado norte-americano.

Bacila Neto foi, também, conselheiro do Tribunal de Contas do Paraná, nomeado pelo então governador Paulo Pimentel. Na época, o conselheiro era chamado de ministro. Foi duas vezes presidente daquela corte, nos anos 1970.
Deixou sua marca na vida paranaense e merecia, post mortem, uma homenagem mais graduada, uma via mais importante – muitas delas dedicadas a pessoas medíocres – e não a preguiça de um burocrata que, ao projetar os escritos da placa, omitisse o nome pelo qual era conhecido e até abreviasse a profissão. Espaço não faltou. Não tinha a obrigação de tê-lo conhecido, mas sim de seguir a letra completa da lei que homenageou a personalidade.
Bacila Neto é também nome de rua em Palmeira, município dos Campos Gerais, no Paraná, onde nasceu. Cuja extensão, aliás, deixa a de Curitiba no chinelo”.
Pois bem. Na época enviei um e-mail com o post anexado ao então secretário do Governo Municipal de Curitiba, @Luiz Fernando Jamur, hoje titular da secretaria de Obras Públicas. Não sei se a mensagem chegou até ele.
A verdade é que não recebi nenhuma resposta.
Para minha surpresa, esta semana, ao circular pela Mateus Leme, deparei com a placa corrigida: rua Jorn. Nacim Bacila Neto.
Como deveria ter sido desde o início.
Não sei se foi obra do secretário Jamur ou de algum assessor diligente que encaminhou o pedido. Estranhei a não resposta por conhecer o secretário e sabê-lo uma pessoa educada, além de competente, que não deixaria ninguém sem alguma satisfação.
O fato é que, com resposta ou não, o pedido acabou atendido.
Uma injustiça corrigida, pelo que agradeço.