Livro mostra histórias e arquitetura dos antigos armazéns

Jornalista Sandro Moser e arquiteta Cleusa de Castro, os autores do livro/foto: Eduardo Aguiar

Com distribuição gratuita dos 100 primeiros exemplares, será lançado na terça-feira 21 de maio, às 18h, o livro “Os Armazéns na Cidade, a Cidade nos Armazéns”, que retrata o universo dos antigos armazéns de secos e molhados da cidade de Curitiba, marca de uma época na qual a arquitetura desses espaços se entrelaça de maneira intrínseca com as histórias, tradições e o cotidiano das pessoas. Será na Mercearia Fantinato (r. Mateus Leme, 2553, São Lourenço).

Organizado pela arquiteta Thais Glowacki, o livro tem como autores a arquiteta e professora Cleusa de Castro e o jornalista Sandro Moser, com fotografias de Gilson Camargo, projeto gráfico e capa de Jaime Silveira.

A obra é dividida em duas partes: na primeira, Os Armazéns na Cidade, Cleusa faz uma análise dos armazéns remanescentes em Curitiba, examinando suas características arquitetônicas únicas com foco no patrimônio material. “O livro permite sensibilizar um público mais amplo para a importância da preservação do patrimônio cultural que consolida a representação da história e da cultura de um lugar. E propõe ainda um esgarçamento dos limites definidores do que pode ser considerado patrimônio, apresentando os Antigos Armazéns de Secos e Molhados, que são edifícios de caráter arquitetônico não erudito e esteticamente não tão interessantes, como relevantes do ponto de vista dos significados que carregam na história e cultura de um lugar”, explica a arquiteta.

Já na segunda parte do livro, A Cidade nos Armazéns, o olhar do jornalista Sandro Moser captura o fluxo da memória coletiva, revela as histórias das pessoas e acontecimentos que se desenrolaram porta adentro desses espaços comerciais e das circunstâncias sociais, econômicas e políticas que influenciaram o desenrolar da história.

Mercearia Fantinato, um dos exemplares remanescentes dos antigos armazéns, hoje bar de concorrida frequência/foto: Gilson Camargo

“Nós tínhamos um conjunto de questões sobre os armazéns que gostaríamos de cobrir, como a cultura do fiado, a transmissão de saberes entre gerações, a ressignificação dos espaços e a relação com a comunidade vizinha. Nossa ideia nunca foi fazer um grande e definitivo levantamento dos armazéns, mas falar dos temas que queríamos a partir das pessoas que tinham o que falar”, diz Moser.

Para a organizadora e idealizadora do projeto, Thais Glowacki, “hoje vivemos em um tempo em que esquecemos as tradições de muitos séculos e as ruínas urbanas nos lembram dos modos de vida passados. Sem apelar ao saudosismo, entendemos que a salvaguarda desses testemunhos da história cotidiana ajuda a manter viva uma parte da identidade da cidade, servindo como ponte entre tempos distintos e fonte da nossa trajetória coletiva”.

A obra foi viabilizada com com recursos do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura da Fundação Cultural de Curitiba e da Prefeitura Municipal de Curitiba, com apoios da CAT, Pesa, Grupo BRT, Kirsten – Painéis Elétricos e Sigma Telecom. A realização é da Transpira – Engenharia Cultural.

Compartilhar: