Lord, Eduardo VII, Alfamia, Viva Curitiba

Edifício histórico será restaurado e vai abrigar residências e atividades múltiplas/fotos: Marcelo Araújo

Durante muitos anos foi o hotel com o maior número de quartos de Curitiba. Chamava-se Lord, Lord Hotel, empreendimento de 180 unidades, do ousado comerciante libanês radicado na capital paranaense Miguel Calluf. Muitas décadas depois, foi superado neste quesito com a construção do Blue Tree da praça do Japão, que hoje se chama Radisson Curitiba, com seus 191 apartamentos.

Calluf era também proprietário do Louvre, uma loja de tecidos na rua 15 de Novembro, cujo slogan era “Rei das sedas, imperador dos preços”.

O Lord Hotel – de formato triangular, localizado na esquina das ruas Marechal Floriano Peixoto e Cândido Leão, com frente para a praça Tiradentes -, inaugurado em 1954, teve, 30 anos depois, o nome mudado para Eduardo VII, sob administração de um grupo português. Encerrou as atividades no começo dos anos 2000, com a denominação de Alfamia, integrante de uma pequena rede de hotéis de um empresário de Ribeirão Preto (SP).

Mas o imóvel continuou pertencendo à família Calluf, que o vendeu recentemente. Um dos filhos de Miguel Calluf, Munir, pessoa ligada ao futebol, tinha planos de reabrir o hotel com o nome original, mas faleceu antes disso.

Projeto de estúdio do Viva Curitiba: apartamentos equipados/fotos: Divulgação Banquinho

O imóvel, de oito mil metros quadrados distribuídos em 23 pavimentos, ficou fechado até agora, quando ressurge pelas mãos da VR Investimentos, empresa especializada em planejamento e administração de imóveis e investimentos imobiliários, e da Housi, uma plataforma de moradia por assinatura.

Luiz Fernando Antunes, diretor da VR Investimentos, destaca que “o empreendimento foi construído com o que havia de melhor na época, com materiais e equipamentos importados dos Estados Unidos e todo o luxo para receber celebridades e oferecer os maiores bailes de gala da cidade”.

O prédio, que faz parte do patrimônio histórico da cidade e é Unidade de Interesse de Preservação, será restaurado e vai se chamar Viva Curitiba e será multiuso: terá apartamentos mobiliados e decorados, espaços lounge e gourmet, coworking, academia, restaurante e café. Está em fase de pré-lançamento pela VR.

De acordo com o projeto, o retrofit terá intervenções sutis na estética, respeitando a memória da obra original. Segundo o estudo dos restauradores, alguns ambientes foram modificados ao longo dos anos, como o pavimento térreo, reformado em 1973, mas o acervo de mobiliário original permitirá recompor a ambientação de alguns espaços como eram anteriormente.

A Housi, uma startup, plataforma de moradia por assinatura, será responsável pela gestão das 144 unidades programadas e também das áreas comuns do prédio, além de participar da concepção do projeto.

Rooftop terá bar com visão panorâmica de Curitiba

O esquema da empresa funciona da seguinte forma: a plataforma distribui a unidade em todas as suas frentes digitais – site e app, além dos parceiros Airbnb, Booking.com, Zap e Imóvel Web, que direcionam os interessados para os canais da Housi.

Uma vez disponível nas plataformas da Housi, o imóvel será alugado para estadias curtas (até 30 dias) ou longas (mais de 30 dias). Além disso, a empresa fica na linha de frente do contato com o locatário, cuidando de qualquer problema relacionado à manutenção, limpeza, e outras questões do dia-a-dia de um imóvel. Ao final do mês, repassa os valores ao proprietário, descontando o valor da taxa de administração.

“A tendência de substituir a posse pela experiência é um movimento global e sem volta e acreditamos que a região Sul tem um enorme potencial para expansão desse modelo de negócios com foco em moradia. Tanto que esse já é nosso quarto empreendimento na parte Sul do país e o segundo no Paraná”, explica Alexandre Frankel, CEO da Housi.

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