Mãos Invisíveis, Natal para moradores de rua

O Mãos Invisíveis atende pessoas em situação de rua de todas as idades/fotos: Divulgação

Garantir mais um Natal digno para a população em situação de rua e famílias em extrema vulnerabilidade. Esse é um dos resultados do trabalho da ONG Mãos Invisíveis, de Curitiba, projeto que vai além do assistencialismo.

 

A ONG realizou a primeira festa de Natal em 2018, na ceia de 24 de dezembro. “A partir de então a ação sempre foi no almoço do dia 25, com música, arte, comida natalina com chester, farofa, refrigerante, sobremesa, chocotone, brinquedos”, conta a historiadora Vanessa Lima, fundadora da organização.

 

Para 2023, a intenção é atender de 600 pessoas debaixo de tendas para servir os convidados à sombra, com música, brinquedos, pintura de rosto, kits de higiene, panetones e chocotones. Para servir a todos, a ONG irá assar cerca de 60 chesters. Toda a ceia é preparada pelos voluntários, com ingredientes adquiridos por meio de doações.

 

Ao contrário do que acontece normalmente em ações de distribuição de comida para esse público, o Natal de Rua não utiliza marmitex prontos. “Levamos tudo nas panelas, pra que o privilégio da escolha possa ser exercido como em um Natal de família: a pessoa serve-se do que quer comer, na quantidade e do que jeito que quiser”, explica Vanessa.

 

Para ajudar o projeto a viabilizar o Natal de rua, doações podem ser feitas por meio do pix projetomaosinvisiveis@gmail.com

 

A meta da ONG para 2023 é servir 600 refeições

Além de historiadora, Vanessa deu aulas de artes para educação infantil por muito tempo e também começou a fazer trabalho voluntário com crianças, no contraturno da escola em que trabalhava.

 

Em 2018, ela decidiu passar o Natal na rua e começou uma busca por organizações que trabalhassem com essa população. “Nesse processo, eu não consegui encontrar nada que me ‘vestisse’. Me deparei com organizações que faziam uma exposição absurda da vulnerabilidade do outro, ou que faziam apenas uma entrega de comida automática, sem ter nada alem disso pra oferecer ou lutar”, conta.

 

Até que se deparou com o MNPR (Movimento Nacional da População de Rua), cujos integrantes do movimento têm algum histórico de trajetória na rua. Ali, Vanessa descobriu uma vocação e entendeu exatamente o que eu queria fazer. “Passamos – eu, meu ex-marido e meus filhos – por um mês, ou um pouco mais, indo todos os dias (todos mesmo) para a rua. Escutando, conversando, aprendendo. Aí a gente primeiro se desmonta, né? Eu sempre digo que o primeiro monstro que eu tive que matar era eu mesma, com tudo que tinha sido construído sobre essa população dentro da minha formação enquanto pessoa. Planejei uma metodologia para estar sempre no mesmo horário, mesmo local e da mesma forma, com vários detalhes que servem tanto pra criar vínculo com a pessoa em situação de rua e falar sobre direitos, quanto para educar voluntários e pessoas interessadas na pauta”.

 

Assim, ainda no início de 2018, nasceu um evento chamado “Café Pretexto”, na praça Generoso Marques. Todo domingo, até hoje, a ONG atende cerca de 300 pessoas distribuindo lanche como um pretexto para aproximação com a população atendida. São oferecidas diversas opções, para representar o privilégio da escolha. “Fazemos o café que a gente toma em casa e estamos ali: ouvindo demandas, fazendo encaminhamentos”, conta. No mesmo ano veio o primeiro Natal, que teve uma sequência e é realizado anualmente desde então.

 

Mais informações sobre a ONG e as campanhas de arrecadação estão no site www.maosinvisiveis.com.br

(Fonte: Zelig Assessoria)

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