
Mário Faraco (1914-2011) foi um destacado promotor de Justiça no Paraná, que ocupou vários cargos do âmbito do Ministério Público, entre os quais o de corregedor geral, foi secretário de Estado nos governos Moysés Lupion e Parigot de Souza e deputado estadual durante 12 anos.
Certo dia, ao passar pela rua Cruz Machado, em Curitiba, encontrou um velho amigo, integrante das rodas diárias de chimarrão na alfaiataria de meu pai. E o saudou chamando-o de “meus quatro votos”.
Isso atiçou a curiosidade dos demais, que perguntaram ao amigo, o empresário Amir Assef, do ramo do agronegócio em Araucária – terra natal de Faraco – o porquê do apelido.
Assef, então, relembrou o caso: numa das eleições, ao saber que Faraco era candidato, Assef lhe garantiu quatro votos em Laranjeiras do Sul, cidade do centro-oeste do Paraná, onde tinha parentes.
A apuração dos votos caminhava para o final e Faraco figurava como primeiro suplente, isto é, era o primeiro depois do último colocado, perdendo por apenas dois ou três votos.
Encontrou Assef, falou de sua preocupação e ouviu a pergunta:
– Já chegaram ao TRE os votos de Laranjeiras?
Diante da negativa, o amigo disse-lhe que ficasse tranquilo. Os quatro votos seriam honrados.
O que realmente aconteceu. Os quatro votos de Laranjeiras garantiram-lhe o mandato.
E reforçaram a amizade.