Até 29 de janeiro de 2023, o Museu do Futebol, localizado no estádio do Pacaembu, em São Paulo, exibe a exposição “22 em Campo – 100 anos de futebol e modernismo no Brasil”, que estabelece um paralelo entre o movimento cultural da Semana de Arte Moderna de 1922 e o esporte preferidos dos brasileiros. Com curadoria de Guilherme Wisnik, a mostra faz parte da Agenda Tarsila, que comemora o centenário da Semana de 22 nos equipamentos culturais paulistas.
A exposição pode ser visitada de terça-feira a domingo, das 9h às 18h (entrada só até às 17h); em toda terça-feira do mês, vai até às 21h. Ingressos a R$ 20 e R$ 10; gratuito às terças. Compras pela internet em https://bileto.sympla.com.br/event/67330 .
“22 em Campo – 100 anos de futebol e modernismo no Brasil” parte de uma brincadeira com os números: 22 é o ano em que se realizou a Semana de Arte Moderna e, agora, de seu centenário. É também o número de jogadores em campo numa partida oficial: 22 atletas que se movem ocupando o espaço delimitado pelas quatro linhas, criando narrativas emocionantes ao longo dos 90 minutos do jogo. Por isso, a mostra tem 22 módulos dedicados a 22 temas escolhidos para relacionar os anos de 1922 e 2022, o esporte e o Modernismo.
Os módulos são ilustrados por fotografias e vídeos de época, áudios históricos e outros gravados por atores, interpretando texto do Modernismo que se referem ao futebol; além de criações feitas especialmente pelo designer Kiko Farkas para a identidade visual da mostra. A cenografia é de Álvaro Razuk.
No módulo dedicado à bola, por exemplo, é possível ouvir em áudio a declamação de poemas de João Cabral de Melo Neto (1920-1999) e Cassiano Ricardo (1895-1974) dedicados ao fascinante objeto esférico que é símbolo do jogo. Lado a lado, uma bola original de 1922 e a bola oficial da Copa do Catar, deste ano, materializam a evolução da tecnologia esportiva nesses cem anos.
Em outro módulo, a exposição reflete sobre as relações entre o jogador Garrincha (1933-1983) e o personagem Macunaíma, criado por Mário de Andrade, inspirado em uma entidade indígena.
A exposição também recupera como o futebol esteve presente na própria Semana de 22: na abertura do evento, o escritor Menotti Del Pichia cita o jogador Friedenreich em seu discurso. Mário de Andrade também dedica um poema à primeira grande estrela do futebol brasileiro e, enquanto Oswald de Andrade escreve alguns versos sobre futebol, a pintora Tarsila do Amaral registra numa crônica sua experiência como torcedora em um Brasil x Argentina no Parque Antártica.
O evento tem patrocínio máster da Goodyear e patrocínio das empresas EMS Farmacêutica e Movida Aluguel de Carros; são apoiadores: Evonik Brasil, Syngenta, Yamaha, todos por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.