Muirapiranga no Paraná

Elizabeth Titton e uma de suas obras exibidas na Funarte/foto: Hugo Carmesim/Funarte

Inaugura nesta sexta-feira 8, às 19h, no Museu de Arte de Cascavel (PR), a exposição Muirapiranga no Paraná, com obras da artista visual e escultora Elizabeth Titton. A mostra, que fica em cartaz até 18 de setembro, passou pelo espaço expositivo da Funarte, em São Paulo, entre outubro de 2019 a janeiro de 2020, com obras de grandes dimensões.

Agora estreia em formato e execução inéditos, com esculturas em miniatura e litografias exibidas especialmente para o MAC da cidade do oeste paranaense, devendo seguir depois para Ponta Grossa e Londrina. Além disso, a mostra terá recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência visual.

O nome Muirapiranga é um tributo às árvores e em especial à árvore amazônica também conhecida como pau-rainha, com sua madeira vermelha que remete à cor da ferrugem das esculturas oxidadas. A árvore é utilizada para a confecção de instrumentos por sua qualidade e dureza.

A coleção é composta por 21 esculturas de 40 cm de altura e 15 gravuras relativas aos estudos dos indígenas do Xingu. A exposição contará com códigos virtuais (QR code), que levam a um canal no Youtube onde estão áudios explicativos sobre o processo de criação e texto crítico:  https://www.youtube.com/channel/UCtJd9NvSoFpy3BLdNXY838g

Gravura da artista na mostra de Cascavel/foto: Divulgação/Titton

Nas obras há elementos como água, árvores, folhas, flores, peixes, pássaros, nuvens e estrelas que remetem à mitologia das comunidades indígenas do Xingu. A artista reflete sobre o conteúdo da mostra: “As florestas, sempre tão discutidas e pouco preservadas no mundo e no Brasil, existem para nós como uma realidade? Nós, seres urbanos, em nossa maioria apenas as conhecemos por sua representação. A floresta real não nos é vivenciada. Chega a nós pelas mídias. Talvez por isso não sejamos tocados por todos os apelos contra a devastação e eliminação da vida silvestre, já que temos a impressão de que nunca dependemos dela para nossa sobrevivência?”, indaga Titton.

Todas as esculturas de grandes dimensões foram doadas para o Hospital Pequeno Príncipe Norte, no bairro Bacacheri, em Curitiba (PR), onde ficarão expostas permanentemente no jardim da instituição.

Elizabeth Titton é graduada em Administração de Empresas pela Universidade Federal do Paraná (UFPR, 1973) e Pintura pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap, 1982).  Foi diretora do Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC-PR), entre 1984 e 1987, e hoje integra o Conselho Consultivo da instituição. Criadora do Espaço Cultural “Pró-Criar” (1988), instituição que ainda dirige.

Nas décadas de 1970 e 1980, frequentou diferentes cursos de aperfeiçoamento artístico e o ateliê de escultura no Centro de Criatividade de Curitiba. Foi professora do Curso Superior de Escultura da EMBAP (Escola de Música e Belas Artes do Paraná) e atualmente é orientadora de pesquisas em pós-graduação nesta instituição. Tem ativa participação em diferentes associações e conselhos de instituições que se dedicam à promoção e preservação da arte em Curitiba (PR).

Com incentivo do Programa Estadual Fomento e Incentivo à Cultura (Profice) da Secretaria da Comunicação Social e da Cultura do Paraná, a mostra é realizada pela Cultural Office e tem apoio da Prefeitura de Cascavel, Museu de Arte de Cascavel e Havan.

 

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