A premiada Rota do Enxaimel

Uma das casas típicas do roteiro de uma das melhores vilas turísticas do mundo/fotos: Sílvio Klotz

À direita, uma casa enxaimel do século XIX totalmente preservada. À esquerda, um restaurante de cozinha alemã com torneiras de chope artesanal produzido perto dali. Logo adiante, a fábrica da Nugali Chocolates. Para onde quer que se olhe, a combinação de agricultura familiar, sustentabilidade e culto às tradições que levou a Rota do Enxaimel, em Pomerode (SC), à lista de melhores vilas turísticas do mundo da Organização das Nações Unidas (ONU). Tudo isso a apenas 180 quilômetros de Curitiba.

Visitar o roteiro premiado no dia 2 de dezembro em Madri, durante a assembleia geral da Organização Mundial do Turismo, braço da ONU para o setor, é mergulhar no que vem sendo chamado de “cultura brasileira de origem alemã”. A herança dos imigrantes é evidente, mas manifesta-se de maneira genuína, só vista neste canto do país.

A Rota do Enxaimel fica no bairro Testo Alto, comunidade rural onde vivem cerca de três mil pessoas. São 16 quilômetros de passeio, que o visitante pode percorrer com veículo próprio, de bicicleta e até a pé, ou contratando o serviço de guias locais. É possível hospedar-se em residências típicas, como a Casa Wachholz e o Recanto Kuglin, para dividir o roteiro em mais de um dia.

Basta prestar atenção à estrada para encontrar as 50 casas históricas da comunidade — a maior concentração de construções enxaimel fora da Alemanha. Sempre que o asfalto é interrompido por metros de paralelepípedos é porque ali está uma delas. O pavimento antigo é conservado seguindo orientações do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que tombou a Rota do Enxaimel em reconhecimento ao valor histórico e paisagístico. Conforme se avança pelo interior, o verde domina a paisagem e a estradinha passa a ser de terra.

Ao longo do caminho, lojas e restaurantes oferecem gastronomia e produtos e típicos do Vale Europeu

A maior parte das casas traz a fachada característica do enxaimel, com vigas de madeira entre tijolos de argila. Outras exibem diferentes revestimentos, de acordo com as preferências de cada família que as construiu, há mais de um século. Enquanto garimpa as casinhas — algumas delas abertas à visitação —, o turista observa jardins impecavelmente cuidados pelos moradores, pequenas plantações e pastagens, lojinhas de artesanato e doces locais. Tudo cercado pelos morros verdes da Mata Atlântica, onde também é possível fazer passeios ecológicos, como a Trilha da Natureza, e visitar cachoeiras. Um deles, o Morro do Schmidt, é o ponto mais alto de Pomerode.

Ao longo do caminho, restaurantes como Currywurst e Rancho Lemke oferecem o melhor da gastronomia típica do Vale Europeu. A sobremesa é no KeksHaus Emporium e na Delicaten Cucas e Doces, que servem delícias coloniais e artesanais, como geleias e bolachas. A comunidade também preserva história e costumes em dois clubes de caça e tiro, nos ritos da igreja luterana, no antigo cemitério dos imigrantes e em uma escola bilíngue (português-alemão) fundada há 150 anos. Para ir direto aos pontos de maior interesse, acesse o mapa disponível em www.rotadoenxaimel.com.br. Ele também é distribuído impresso nos pontos de circulação de turistas em Pomerode.

Um dos principais destinos turísticos de Santa Catarina, Pomerode está localizada no Vale Europeu. Desde a BR-101, pode ser acessada pela BR-280, passando por Jaraguá do Sul, ou ainda pela BR-470, no caminho de Blumenau. A cidade tem atrações para toda a família, como parques, museus, o terceiro zoológico mais antigo do país, fundado em 1932, restaurantes típicos e confeitarias.

Eventos como a Osterfest, a Festa da Páscoa, o Festival Gastronômico de Pomerode e a Festa Pomerana tornaram o pequeno município, de 30 mil habitantes, conhecido em todo o Brasil. Pomerode pode ser visitada em qualquer época do ano. No verão, atrai os turistas que procuram as praias catarinenses, que estão a uma hora e meia de viagem. No inverno, encanta pelo aconchego.

(Fonte Vigia Comunicação)

 

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