Em décadas passadas, mais exatamente nos anos 1990, existiu uma companhia aérea chamada TAM Mercosur, uma subsidiária da TAM para atender voos aos quatro países do bloco: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Sua sede era em Assunção, a capital paraguaia.
A TAM Mercosur nasceu como Lapsa (Linhas Aéreas Paraguayas S/A), em 1993, e, três anos depois, foi comprada pela brasileira TAM, hoje uma empresa de capital majoritário chileno e que ostenta o nome de Latam.
Voava de Assunção para Cidade de Leste, Buenos Aires, Córdoba, Montevidéu, Santiago, São Paulo, Rio de Janeiro e também para as bolivianas Santa Cruz de la Sierra e Cochabamba. Em determinado momento, começou a fazer a rota Curitiba-Buenos Aires, com o Airbus A-320.
Seus executivos vinham sempre a Curitiba promover os voos e participar de eventos; um tinha base em Assunção, outro na capital Argentina. E assim os conheci.
Certo dia, eu estava em Buenos Aires e, ao caminhar pela avenida 9 de Julho, deparei do outro lado da via – que é uma das mais largas avenidas do mundo – com um enorme letreiro luminoso: ‘TAMbien Curitiba Todos los dias’. Resolvi fazer uma visita. Atravessei a rua, me apresentei na portaria e subi ao quarto andar, onde estava o gabinete do executivo da empresa.
O cidadão me olhou meio assustado, como se pensasse entre seus botões: “Lá vem problema do Brasil”. Talvez a remarcação de uma passagem, troca de data ou mesmo um pedido de cortesia. Devia estar acostumado com isso. Conversamos sobre generalidades durante bons minutos. Até que ele me perguntou, com o semblante meio aflito: “Em que posso ajudá-lo?”.
“Em nada”, respondi. “Vi o luminoso e resolvi subir para lhe dar um abraço. Só isso”.
A manifestação de alívio foi tão visível, que até fiquei sem jeito.