A imprensa do Paraná perdeu, no sábado 23 de março, um de seus expoentes, que deixa um legado de mais de seis décadas dedicadas à profissão: Ayrton Luiz Baptista, vencido por um câncer de pulmão. Iria completar 86 anos na quinta-feira 28. Foi velado na Assembleia Legislativa por uma legião de amigos, que foram prestar-lhe a última homenagem e a solidariedade à família.
Ayrton, paranaense de Curitiba, era casado com a também jornalista Nery Dina de Mendonça Baptista, dedicada ao segmento das artes plásticas, pai de três filhos – Ayrton Junior, Rodrigo e Carlos – e avô de três netos.
Em novembro de 2018, foi homenageado como o Profissional do Ano pela Associação Paranaense de Imprensa.
Na formação acadêmica, Ayrton era bacharel em Geografia e História pela UFPR, mas foi no jornalismo que fez carreira, ocupando postos importantes nas redações e exercendo funções de destaque na área de governo e no ambiente classista.
Seu primeiro emprego foi no Colégio de Plácido e Silva como professor de História Econômica. Ali chegou pelas mãos do jornalista Nacim Bacila Neto, outra figura de destaque na imprensa paranaense.
Ayrton dedicou boa parte de sua vida profissional ao jornal Diário do Paraná, onde chegou a diretor de redação. Começou ali no dia em que completava 22 anos de idade, levado por Ubaldo Siqueira, que tinha assumido a direção comercial do jornal.
Foi presidente do Sindicato de Jornalistas no Paraná em três gestões e presidente da Federação Brasileira de Jornalistas Profissionais. No governo do professor Pedro Viriato Parigot de Souza, foi secretário de Comunicação.
A par de suas atividades nas redações, lecionou Técnica de Jornal e Periódico e Jornalismo Comparativo nos cursos de Jornalismo das universidades Católica do Paraná, hoje PUCPR, e Federal do Paraná.
Sua atividade mais recente, até poucos meses atrás, foi a de titular de uma assessoria de imprensa, a AB Comunicação.
De memória afiada e testemunha de feitos da política regional e nacional, Ayrton movimentava nossas rodas de café, nas tardes das terças-feiras, relembrando em detalhes episódios dessa vivência. Uma série desses ‘causos’ está contida em seu livro ‘Quase só jornal’, lançado em 2009, com toques autobiográficos.
Perdemos um amigo, um companheirão. E o Fluminense, um torcedor qualificado.
Deixa muita saudade. Fica a boa lembrança do sujeito correto e afável que sempre foi.