Ex-Rua 24 Horas, um mero corredor gastronômico

Rua 24 Horas, fachada com frente para a Visconde de Nácar

A recente instalação de uma loja chamada O Mágico de Ozzy, de “presentes criativos” voltados aos fãs do cinema e do rock, acrescentou à ainda chamada Rua 24 Horas (na verdade, funciona hoje das 9h às 22h) mais um dos pouquíssimos espaços não voltados à gastronomia.

A nova loja ocupa parte do que foi o posto de informações turísticas da cidade (a outra metade continua vazia mas ainda ostentando o lema “Curta Curitiba”), fechado pelo Instituto Municipal de Turismo, na inoperante gestão Gustavo Fruet.

Parte do antigo posto de informações: ainda com a logomarca

Com a medida, a própria Prefeitura desistiu de considerar a 24 Horas parte do acervo dos pontos de interesse da cidade, cassando-lhe a condição de um dos ícones de turismo de Curitiba.

Afora uma loja de cosméticos, dos caixas automáticos do Banco do Brasil e da Caixa Econômica, de um box e um quiosque de acessórios para celulares e de um ponto de locação e vendas de imóveis da própria administradora do lugar, todas as demais unidades estão voltadas à gastronomia. Em espaços desocupados, há exposição de obras de artistas plásticos.

FAMA INTERNACIONAL

A ex-Rua 24 Horas virou um corredor emoldurado por mesas e cadeiras. Uma caricatura dessa obra cuja fama correu mundo desde sua inauguração, em 12/9/1991, uma das muitas contribuições das três gestões do prefeito Jaime Lerner ao turismo curitibano. O projeto original é dos arquitetos Abrão Assad, Célia Bim e Simone Soares.

Com 116 metros de extensão, entre as ruas Visconde de Nácar e Visconde do Rio Branco, no centro da capital paranaense, a Rua 24 Horas, com seus arcos em estrutura tubular, sempre se destacou, também, pelo relógio, que marca as 24 horas ao invés das 12 normais.

Um corredor de mesas deixa pouco espaço à circulação de pedestres

No segundo mandato do engenheiro Beto Richa como prefeito de Curitiba, a rua foi fechada, em 2007, em razão do cenário de decadência a abandono, culpa da própria administração municipal. Até o jornal O Globo, do Rio de Janeiro, destacou sua condição de “mocó e ponto de consumo de drogas”.

Somente quase quatro anos depois, quando o vice de Richa, Luciano Ducci, completou o mandato em razão da eleição do titular ao governo do Paraná (embora tivesse firmado em cartório compromisso de que cumpriria a gestão até o final) é que a rua foi finalmente “revitalizada”, mas teve subtraídas nove horas de seu funcionamento  (alguns locais chegam a fechar às sete da noite).

Licitação da Urbs – Urbanização de Curitiba S/A, empresa municipal à qual a rua está vinculada, resultou, na época, na escolha da empresa M. Camargo Corretora de Imóveis como responsável pela administração e locação dos espaços.

POLO GASTRONÔMICO

Ao longo do corredor da 24 Horas estão atividades gastronômicas como: Koda Pub & Kitchen (cervejas, hambúrgueres, porções), Pastelaria Curitibana, Liquori (cafés, salgados e doces), Crepe a Dois (crepes, churros, pão de queijo), Prinzen Italian Food (massas), Subway (sanduiches montados), Fresh Juice (sucos e sanduiches naturais), Yutaka (sushi, sashimi, temaki, salmão), Top Burger (hambúrgueres), Bávaro Chopperia e Cervejaria (cervejas e lanches), Florybal Chocolate de Gramado (chocolates caseiros da Serra Gaúcha), James Hill (sanduíches) e A-Bu Snow Ice (gelatos). Fora do âmbito da galeria, quase na esquina da Visconde do Rio Branco, mas incluída no site da M. Camargo (por sinal, desatualizado), está a Priero Café e Bistrô (almoço e café colonial).

Periodicamente, a administração e/ou bares e restaurantes isolados da rua realizam feira de inverno e festivais de cerveja e gastronômicos.

E la nave va.

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