Leon Peres, 50 anos depois

A diplomação de Leon Peres na Assembleia; ao centro, Paulo Pimentel, seu antecessor/fotos: Reprodução/livro

Um livro que conta em detalhes a queda do único governador indicado pelo regime militar de 1964 a não completar o mandato – Haroldo Leon Peres -, há exatos 50 anos (23 de novembro de 1971), será lançado nesta terça-feira 23, a partir das 19h, na livraria Curitiba do ParkShopping Barigui.

De autoria de Jair Elias dos Santos Junior e Jean Luiz Féder, “1971 – Conspiração, conflitos e corrupção: a queda de Haroldo Leon Peres” tem 650 páginas e inclui farta documentação, fotos e um inédito dossiê do SNI (Serviço Nacional de Informações), além da primeira entrevista do ex-governador revisada por ele. O livro custa R$ 69,90.

Um rápido resumo dos acontecimentos da época: em 23 de novembro de 1971, o governador do Paraná, Haroldo Leon Peres, enviou uma carta à Assembleia Legislativa de poucas linhas para anunciar que “Por este instrumento por mim feito e assinado, renuncio ao mandato de Governador do Estado do Paraná”.

Desde o início, mesmo antes de assumir – ele foi indicado para o cargo praticamente um ano antes de tomar posse, tendo o Paraná que conviver com a dualidade de um governador eleito pelo povo, Paulo Pimentel, e outro com a expectativa de assumir – Leon Peres foi polêmico, para dizer o mínimo.

Leon Peres é recebido no aeroporto do Bacacheri pela esposa Helena, poucos dias antes de renunciar

No governo atritou-se com o Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas, funcionários públicos e chamou seu governo de legítimo representante do golpe militar de 64. Nesta toada, julgando-se “senhor de tudo”, encontrou pelo caminho o empreiteiro Cecílio do Rego Almeida que tocava a obra da Estrada de Ferro Central do Paraná.

Representantes do governo (antes seu irmão, depois seu chefe do Gabinete de Despachos) tentaram arrancar dinheiro do empreiteiro que fez uma denúncia escrita no SNI (Serviço Nacional de Informações) deflagrando a Operação Erva-Mate que construiu um dossiê, com fotos e escutas telefônicas. Tudo montado, os fatos pressionaram Leon Peres a renunciar, ou ser “cassado”, como ficou o registro para a história.

Compartilhar: